Praticar o bem
O mundo moderno tem feito apologia à maldade.
Ser mal se tornou uma fórmula
para se proteger e progredir na vida.
As maldades, as fraquezas e os defeitos
são celebrados como se fossem “virtudes”.
Quando na realidade à prática do mal
nos afasta de nosso coração,
nos afasta da verdade
e da comunhão com o nosso ser.
A prática da maldade nos distancia tanto
de nosso ser, que o resultado é o sentimento
de mais completo abandono e desespero…
A prática da bondade eleva o nosso espírito,
aproxima nos de nosso próprio coração,
e naturalmente, desperta em nós o sentimento místico
e a alegria de viver próximo ao supremo bem
e a sua providência divina
para com aqueles que praticam o bem.
J.Nunes
O Cão de Três Patas
Esperei tanto das pessoas
que comecei a gostar mais dos animais,
especialmente dos gatos.
Agora tenho mais pacíência e tolerância com eles.
Aprendi a fazer o que tem que ser feito
e a não ter projetos ou propósitos
contando com a boa vontade e a aprovação dos outros.
Talvez, em algum momento nesta vida
eu encontre alguém para entregar tudo que tenho,
talvez um mendigo com o qual eu faça amizade.
Sei que tenho muita afinidade com eles,
especiamente com àqueles que têm a alma
marcada pelo desprezo e a rejeição.
O homem que sou é remanecente
do menino rejeitado que fui,
por esta razão gosto dos animais e gosto das crianças,
as crianças também gostam dos animais.
O que espero das crianças
é que elas sejam adultos diferentes de nós,
mas elas nunca estão salvas.
Em sociedade fazemos tudo para estragá-las.
Tenho costume de caminhar
em direção a sombra de uma árvore à beira da estrada,
gosto de estar lá com os passarinhos.
Um cachorro sem dono
veio até mim com muita dificuldade,
o infeliz e rejeitado caminhava com difildade
porque tinha apenas três pernas,
lhe faltava uma perna na frente.
Meu pensamento foi:
Como que um cachorro
com apenas três pernas sobrevive abandonado?
Um cachorro solidário
veio até aquele cachorro de três patas.
Em baixo da sombra dessa árvore ,
Eu queria ter a nobreza de um cavalo.
J.Nunes
Como os fracos vencem!
Não colocaram esperanças na minha pessoa.
Não me cobraram nada!
Nunca me pediram nada!
Surgir no acaso da vida.
Sorrateiro,
fui ganhando terreno fingindo displicência e falta de propósitos,
A sorte não me sorriu.
Ela sorri apenas para aqueles
que são predestinados.
Eu sou um acidente, obra do acaso,
um descuido do sistema, fruto de um menosprezo.
Conheci pessoas que esperavam tanto delas!
Cobravam tanto essas pessoas
porque eram predestinadas ao sucesso,
porque eram bonitas e inteligentes,
porque foram preparadas.
Elas me olhavam com repulsa,
na verdade nem me olhavam, se quer me viam,
mas eu, ignorado, observava tudo!
Hoje eu tenho pena dessas pessoas,
apostaram nelas e não corresponderam,
eram cartas marcadas, estavam predestinadas ao triunfo,
mas a vida não é o que está escrito nos papeis,
e elas não conseguiram aplicar o que aprenderam
e fracassaram quando tudo estava a favor.
Na vida, sem goleiro, elas chutaram para fora!
Eu não fui combrado de nada,
Não me pediram nada,
apenas me deixaram vivo por puro menosprezo.
Estou à deriva e posso respirar livremente.
Sorrateiramente, estou indo longe!
Esse é o motivo pelo qual os ignorados e os idiotas vencem:
não se espera nada deles,
eles também se contentam com o que tem,
são muito fracos para incomodar
ou são medianos e não representam perigo.
Os medianos são agradecidos, e vão aos pouco escalando
e vibram com seus pequenos progressos.
No fim eles vencem, de algum modo eles vencem
porque foram esquecidos e deixados à própria sorte.
JNunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário
CMC, CIDADE DE MARÍLIA