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6 de jun. de 2020

Ibama pode contratar 1.481 trabalhadores temporários

Ibama

Ibama pode contratar 1.481 trabalhadores temporários

Contratação segue modelo de MP que reforçou atendimento no INSS











O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) poderá contratar temporariamente 1.481 profissionais para reforçar o atendimento a emergências ambientais. A autorização consta da Portaria Interministerial 13.378 , publicada hoje (4) no Diário Oficial da União.

Ao todo, serão 1.160 vagas para brigadistas, 281 vagas para cargos de chefia de esquadrão e brigada e 40 vagas para supervisores de brigada. Os contratos terão a validade de até seis meses, podendo ser prorrogados pelo prazo necessário até que a situação de emergência ambiental esteja superada, não excedendo dois anos. O Ibama definirá a remuneração dos profissionais a serem contratados e está autorizado a publicar edital a partir deste mês.

Contratações temporárias

A autorização para as vagas segue o modelo de contratação temporária que entrou em vigor com a Medida Provisória 922, publicada no início de março para contratar temporariamente servidores aposentados para reforçar o atendimento nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Desde a publicação da medida provisória, o Ministério da Economia autorizou a contratação de 19,2 mil profissionais por tempo determinado. Além das vagas para o Ibama, foram autorizadas 4.117 vagas para os hospitais federais do Rio de Janeiro, 5.158 para o Ministério da Saúde reforçar o enfrentamento à covid-19 e 8.230 vagas para o INSS. Nesta semana, o Ministério do Desenvolvimento Regional recebeu autorização para 243 temporários. No caso do INSS e do Ministério do Desenvolvimento Regional, foram chamados servidores aposentados.

A MP estende a possibilidade de contratação temporária para outras ocupações, como professores para aperfeiçoamento de médicos de Atenção Básica em regiões prioritárias e profissionais para assistência humanitária a estrangeiros que entram no país.

Recrutamento

Conforme o modelo da MP, os trabalhadores temporários serão contratados por meio de um processo seletivo simplificado, sem concurso público, apenas por meio de edital de chamamento. No entanto, o processo seletivo é dispensado nas seguintes situações: calamidade pública, emergência em saúde pública, emergência e crime ambiental, emergência humanitária e situações de iminente risco à sociedade.

Os temporários só poderão ser novamente admitidos 24 meses depois do fim do contrato, exceto quando a contratação decorrer de processo seletivo simplificado de provas ou de títulos, como nas universidades federais e nos institutos de pesquisa. Pessoas com mais de 75 anos e aposentados por incapacidade permanente não poderão ser contratadas.

Edição: Liliane Farias 

fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-06/ibama-pode-contratar-1481-trabalhadores-temporarios

5 de jun. de 2020

Revisão histórica da civilização do petróleo

Revisão histórica da civilização do petróleo

João Guilherme Sabino Ometto*



Por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), é importante lembrar, em meio à pandemia da Covid-19, que 7,7 bilhões de habitantes atuais da Terra estão testemunhando uma das mais impactantes e profundas transformações históricas, econômicas e ambientais de todos os tempos: o fim do que podemos chamar de "Civilização do Petróleo", que abrangeu a Segunda Revolução Industrial, a partir de 1850, e a Terceira, de 1950 até nossos dias. São cerca de 170 anos de utilização do combustível fóssil como fonte de energia e alimentação da petroquímica. O novo coronavírus, cujo combate é prioritário, desviou a atenção da agenda da sustentabilidade, que precisa ser retomada, inclusive levando em conta os riscos de epidemias e dos danos à saúde pública.

É inegável que esse período foi o de mais prosperidade econômica da humanidade, não apenas em razão do petróleo, mas também do advento do aço e da eletricidade, entre os meados do Século XIX e do XX, e da tecnologia, depois de 1950. Também se deve ressaltar, apesar dos problemas e das desigualdades persistentes, o avanço social e político, com mais respeito ao trabalho digno, às minorias e aos direitos individuais e coletivos, inclusive os do consumidor.

No entanto, a sociedade global está pagando um preço elevado pelo progresso alcançado nesse espaço de tempo, desde que o primeiro poço petrolífero foi perfurado em Titusville, na Pensilvânia (EUA), em 1859. Na década de 70, o "ouro negro" já representava 50% do consumo mundial de energia e era a base do maior setor econômico, considerando-se sua importância como combustível e matéria-prima para uma infinidade de produtos. A petroquímica também tem origem norte-americana, em 1920, quando duas grandes empresas fabricaram isopropanol e glicol.

Em contrapartida aos importantes e incontestáveis bônus, são muitos os ônus do petróleo (ambientais e políticos). No primeiro caso, a chamada economia do carbono tornou-se insustentável ante as mudanças climáticas, a poluição atmosférica e os impactos ecológicos de alguns produtos derivados, como o plástico. Segundo dados recentes divulgados pela ONU, 80% de todo o lixo marinho são compostos por esse material.

Nos conflitos internacionais, o petróleo, infelizmente, é o "combustível", ao lado de outros fatores, de muitos confrontos, incluindo o envolvimento do Estado Islâmico na atual guerra civil da Síria, pois sua venda, a partir de territórios ocupados pela organização nesse país e no Iraque, era um dos seus principais pilares financeiros. Além de um permanente estopim bélico no Oriente Médio, o óleo, igualmente, estava entre as principais riquezas econômicas em disputa na Segunda Guerra Mundial.

Embora seja incontestável o significado do petróleo para o avanço da humanidade, da manufatura e o desenvolvimento, é importante entender que a Quarta Revolução Industrial, na qual estamos entrando, não se materializa apenas na inteligência artificial, na internet das coisas, na impressão 3D e em toda a tecnologia que está alterando a estrutura da produção e do trabalho. Também faz parte do irreversível processo disruptivo, a substituição dos combustíveis fósseis por fontes energéticas renováveis, menos poluentes e mais sustentáveis.

Dentre estes, os biocombustíveis são os mais viáveis. Os avanços tecnológicos já viabilizam resultados, custos de produção e geração de volume de empregos muito próximos ou superiores aos proporcionados pelos fósseis. Além disso, para efeito de comparação, um litro de gasolina emite 2,3 quilos de dióxido de carbono (CO²); um litro de diesel libera 2,6 quilos. Estudo da Embrapa Agrobiologia demonstrou que o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é capaz de reduzir em até 73% as emissões na atmosfera, quando utilizado em substituição à gasolina, e 68% ante o diesel. Para se chegar à conclusão, consideraram-se todas as etapas da produção do etanol e da gasolina, desde a cultura da cana e extração do petróleo, passando pelo processamento dos combustíveis, até a bomba dos postos de abastecimento. Finalmente, compararam-se as emissões dos veículos, num percurso de 100 quilômetros.

A transição do mundo à economia sem carbono, apesar de algumas resistências, vai se concretizando. Realizou-se em Berlim (Alemanha), em janeiro último, infelizmente quando começava a pandemia da Covid-19, a "Semana do Verde", com a presença de ministros da Agricultura de vários países, inclusive do Brasil, Tereza Cristina, e participação da _Grow Green Food Association (GGFA), entidade apartidária internacional que cria e apoia iniciativas ambientais, de agricultura sustentável, alimentação saudável e economia social. Destaque, no evento, para a Conferência Internacional de Mobilidade Renovável, organizada pela Associação de Bionergia da Alemanha, União para Promoção de Óleos e Proteínas Vegetais, Associação Alemã da Indústria de Bioetanol e a Associação Alemã do Biogás. Autoridades germânicas anunciaram a meta de redução de nove milhões de toneladas de carbono no país, que está emitindo 683 milhões de toneladas por ano. Uma das medidas para dar suporte a esse objetivo é a definição de um preço para o carbono de 25 euros por tonelada em 2020, que deve crescer a 55 ou 65 euros por tonelada no prazo de 10 anos.

O Brasil participou do evento, por meio do Representante da Sociedade Civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), e mostrou que, apenas em 2020, com o RenovaBio, sua meta é reduzir, somente na área de combustíveis, 28,7 milhões de toneladas e, em 10 anos, 670 milhões. Isso equivale a um ano de toda a emissão da Alemanha. No RenovaBio, o preço do carbono não será definido de maneira exógena, mas sim pelo mercado. Mais de 235 produtores de biocombustíveis já estão certificados com notas de eficiência energético-ambiental emitidas para participar do programa, o que torna praticamente assegurado o cumprimento da meta de nosso país para este ano.

Que consigamos vencer o grande desafio da Covid-19 e que a paulatina transição da civilização do petróleo à era da energia sustentável, que será o grande marco da Quarta Revolução Industrial, também traga saúde, paz, felicidade, melhor distribuição de renda e menos disparidades regionais à humanidade.


*JOÃO GUILHERME SABINO OMETTO, engenheiro (Escola de Engenharia de São Carlos - EESC/USP), é vice-presidente do Conselho de Administração da Usina São Martinho e membro da Academia Nacional de Agricultura (ANA).




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4 de jun. de 2020

Meio ambiente: a hora é agora




Meio ambiente: a hora é agora
 
Sob o tema Biodiversidade, o Dia Mundial do Meio Ambiente 2020 pede por ações em tempo integral, grandes e pequenas, pelas pessoas e pelo planeta
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*Por José Renato Demian Ferreira
 
 
5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Embora o novo coronavírus esteja dominando manchetes, pensamentos e nossa atenção, é agora o momento de promover a conscientização e a ação em prol do meio ambiente. A pandemia é um lembrete da vulnerabilidade dos seres humanos e do planeta diante das ameaças globais. Nesta hora cabe a pergunta: será que se tivéssemos cumprido um pouco mais dos objetivos de desenvolvimento sustentável e de mudanças do clima, enfrentaríamos melhor esse desafio? A resposta soa bem óbvia, concordam?
 
Sob o tema Biodiversidade, o Dia Mundial do Meio Ambiente 2020 pede por ações em tempo integral, grandes e pequenas, pelas pessoas e pelo planeta. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), com um milhão de espécies de plantas e animais em extinção, nunca houve um momento mais importante para focar na questão da biodiversidade. O próximo ano também oferece uma oportunidade para acelerar o início da Década das Nações Unidas sobre Restauração de Ecossistemas (2021-2030), com o objetivo de ampliar massivamente a restauração de ecossistemas degradados e destruídos para combater a crise climática e melhorar a segurança alimentar, o suprimento de água e a biodiversidade.
 
Já que o mundo se apressa para planejar uma recuperação pós-pandemia, é correto afirmar que se trata de oportunidade única de chamar a atenção para a necessidade de reconstrução de um planeta melhor. Os riscos enfrentados por ignorarmos as ameaças de destruição ambiental devem ser entendidos e endereçados com proteções e políticas ambientais, por todas as instâncias. Por conglomerar diversas pessoas, as empresas acabam sendo um bom caminho para a conscientização dos impactos ao meio ambiente. E afirmo que, felizmente, muitas organizações já possuem planos ecológicos na política de boas ações. Nossa empresa é uma delas porque busca não apenas ter práticas saudáveis internamente, mas também produzir produtos robustos, duráveis e ecológicos.
 
O que todos já sabem, mas vale sempre reforçar
Dentre os principais problemas que afetam o meio ambiente, podemos destacar o descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combustíveis fósseis, desperdício de água e esgotamento do solo. Esses pênaltis – e outros – poderiam ser evitados se os governantes e a população se conscientizassem da importância do uso correto e moderado dos recursos naturais. Apesar de sabermos que a mudança deve acontecer em escala mundial e que apenas uma pessoa não consegue mudar o mundo, é fundamental que cada um faça a sua parte e que toda a sociedade reivindique o cumprimento das leis ambientais.
 
Como parte desse todo, podemos destacar a cidadania e o consumo consciente como importantes ferramentas do processo. Quando temos isso como foco, a noção de direitos e deveres transcende meros interesses individuais para traduzir uma nova visão de mundo, que reflete a responsabilidade de cada pessoa na construção de valores coletivos plenos, plurais e democráticos que assegurem o bem-estar humano e o respeito a todas as formas de vidas em suas mais variadas manifestações.
 
Portanto, todos devemos assumir uma postura de responsabilidade ambiental, nos valendo de sentimentos e atitudes nobres como a cidadania e o consumo consciente, pois só assim conseguiremos mudar o quadro atual. E a hora é agora. É sempre agora...
 
 
* José Renato Demian Ferreira é Diretor Geral da JactoClean – empresa do Grupo Jacto, referência nacional em soluções para limpeza e higienização, que desenvolve produtos, sistemas e serviços inteligentes para uso residencial, comercial, profissional, industrial e no agronegócio.  
 
 
JactoClean
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Redução das perdas de água potável tem potencial de ganhos líquidos de R$ 30 bilhões até 2033


Redução das perdas de água potável tem potencial de ganhos líquidos de R$ 30 bilhões até 2033
Combate a vazamentos, fraudes, roubos e uso de medidores mais modernos e precisos trariam recursos equivalentes aos investimentos em saneamento.


NOVO ESTUDO, MAIO 2020 - Tido como uma das infraestruturas mais atrasadas do Brasil, o saneamento básico enfrenta dificuldades diversas e que vão além da expansão do acesso das pessoas às redes de água e esgotos. Esse estudo mostra os problemas graves de eficiência no setor, que comprometem a quantidade e qualidade dos serviços ao cidadão e à sustentabilidade financeira dos operadores.
Acompanhamento histórico do Instituto Trata Brasil evidencia que o combate às perdas de água potável nos sistemas de distribuição é uma das ações menos priorizadas no setor de saneamento. Esses indicadores não têm melhorado nos últimos anos, além de ter piorado em muitos locais do país.
Neste contexto, o Trata Brasil, em parceria com a organização Water.org dos Estados Unidos, lança o estudo "PERDAS DE ÁGUA 2020 (ano base 2018) - DESAFIOS À DISPONIBILIDADE HÍDRICA E NECESSIDADE DE AVANÇO NA EFICIÊNCIA DO SANEAMENTO", elaborado pela GO Associados.
Com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano base 2018, o estudo mostra que a média de perda de água potável no país foi de 38,45%, ou seja, para cada 100 litros de água captada, tratada e potável, 38 litros não chegam de forma oficial a ninguém, se perdem em vazamentos, roubos ("gatos"), fraudes, erros de leitura dos hidrômetros, entre outros problemas.
Em 2018, isto significou perda de 6,5 bilhões de m³, equivalente a 7,1 mil piscinas olímpicas por dia. A perda de faturamento total foi de R﹩ 12 bilhões, equivalente aos recursos investidos em água e esgotos no Brasil naquele ano.
Parceiro do Instituto Trata Brasil na realização do novo estudo, a organização estadunidense, Water.org, dos cofundadores Matt Damon e Gary White, colocam luz sobre o futuro da água para os países. "Pensando no futuro, acho que o acesso à água será um dos desafios mais críticos do nosso tempo. Existem várias maneiras de lidar com isso, mas para mim, garantir que todo ser humano tenha acesso a água potável e a dignidade de um banheiro - dois requisitos incrivelmente básicos e vinculados à sobrevivência - é uma das causas mais urgentes e imediatas no mundo de hoje. A boa notícia é que existem soluções que funcionam. Estou convencido de que podemos superar a crise mundial da água nesta geração", explanou Matt Damon.
O estudo mostra também simulações com possíveis cenários para a redução das perdas e possíveis ganhos reais para o país.
TABELA 1: CENÁRIOS PARA REDUÇÃO DE PERDAS (R﹩ BILHÃO)
No cenário otimista, o Brasil chegaria a 2033 com perdas de água potável em 15% (nível de grande parte dos países desenvolvidos) e teria ganhos líquidos, já descontado o investimento no próprio combate às perdas, de R﹩ 39 bilhões.
Tomando como parâmetro o Cenário Base (perdas em 20%), o ganho bruto seria de R﹩ 61 bilhões e líquidos em R﹩ 30,9 bilhões. No cenário conservador as perdas chegariam a 25% e ganhos líquidos de R﹩ 22,8 bilhões.
No pior cenário, considerando a meta do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), as perdas chegariam a 31%, e os ganhos de R﹩ 13 bilhões até 2033.
A diferença no Ganho Líquido Total entre o cenário otimista e o do Plansab seria de R﹩ 26 bilhõesou seja, metas mais brandas fazem com que o setor renuncia recursos essenciais para fomento de investimentos e para que se chegue mais rapidamente à universalização da água e esgotos a todos os brasileiros.
Comparação com outros países
A Tabela 2 mostra a comparação do nível de perdas internacionais com o objetivo de realizar um benchmark. É possível constatar que o Brasil se encontra distante dos países mais desenvolvidos que possuem níveis de perdas inferiores a 20%.
TABELA 2: Índice de Perdas internacional (%)
Fonte: Ibnet e African Development Bank [1] IPFT calculado com base no SNIS 2018.
Índice de Perda de água potável nos Sistemas de Distribuição (IPD)
As perdas de água nos sistemas de distribuição do Brasil não estão melhorando, ao contrário, na média estão piorando. Em 2014, o país registrou perda de 36,7%, mas quatro anos depois (2018), o indicador subiu 1,75 p.pchegando a 38,45%.
Tabela 3 - Histórico das perdas na distribuição (IPD) no Brasil
Fonte: SNIS Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil
Índice de Perdas de Faturamento (IPF) e Índice de Perdas de Faturamento Total (IPFT)
gráfico abaixo demonstra a diferença entre os dois indicadores de perdas financeiras - IPF e IPFT. O IPF avalia, em termos percentuais, o nível da água não faturada (sem considerar o volume de água de serviço) e apresenta uma visão sobre o que a empresa está produzindo e não consegue faturar. Já o IPFT avalia, em termos percentuais, o nível da água não faturada do sistema de abastecimento como um todoou seja, fornece uma visão geral da situação das perdas do sistema levando em consideração o volume de serviços, ou seja, dá uma visão sobre tudo o que a empresa está produzindo e não consegue faturar.
Tabela - Histórico das perdas de faturamento (IPF) e perdas de faturamento total (IPFT)
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil

Histórico das Perdas de 2015 a 2018
O estudo fez uma análise dos principais indicadores ligados às perdas de água entre 2015 e 2018. A Tabela 3 demonstra que:
• Houve aumento de 5% na produção de água entre 2015 e 2018. Para atender a população, as cidades brasileiras estão retirando mais água da natureza.
• O volume de água não faturada teve aumento de 10% no mesmo período.
• O índice de perdas na distribuição passou de 36,7% em 2015, para 38,45% em 2018, aumento de 1,75 pontos percentuais.
• O impacto financeiro ao longo dos anos subiu de R﹩ 9,8 bilhões em 2015 para R﹩ 12,3 bilhões em 2018, um aumento de 25,0%.
Édison Carlos chama a atenção para o fato. "É desanimador ver que, mesmo importantes regiões do país tendo sofrido crises hídricas recentes, as autoridades e empresas operadoras continuam não priorizando o combate às perdas de água potável. Estamos tirando mais água da natureza, não para atender as pessoas, mas para compensar a ineficiência do setor".

Tabela 5: Evolução de indicadores de perdas de água (2015 - 2018)
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil. [1] valores médios de 2018.
A redução das perdas implica em disponibilizar mais água para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais. Considerando o cenário de redução das perdas de 39% para 20%, o volume economizado (1,8 bilhões de m3.) seria suficiente para abastecer 32,6 milhões de brasileiros em um ano, ou cerca de 16% da população brasileira.
Além disso, se considerarmos a população de 13,6 milhões que habitam em favelas no país, seria possível abastecer todas as favelas brasileiras por pelo menos 2 anos, com a redução das perdas.
Para o cofundador da Water.org, Gary White, a desigualdade provocada pela ausência do acesso à água continua sendo um ciclo. "Sem acesso à água, uma enorme parte da humanidade não tem a oportunidade de quebrar o ciclo de doenças, pobreza e perda de produtividade".
Realidades Regionais e nos Estados
O índice de perdas de água no sistema de distribuição (IPD) no Brasil é muito alto, mas as médias ainda escondem as disparidades regionais. No Norte, por exemplo, que tem os piores índices de abastecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos, as perdas são enormes: 55,53% (Tabela 04). Significa que mais da metade da água produzida não chega oficialmente à população.
Tabela 6: Perdas na Distribuição (IPD) nas regiões
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil

Na região Norte, entre 2016 e 2018, houve piora de 14% nas perdas na distribuição. Os piores casos foram nos estados do Amazonas e de Roraima, que tiveram aumento de 48% e 32%, respectivamente, em suas perdas. Já olhando todos os Estadosvemos os melhores com indicadores de perdas na distribuição na faixa dos 33% a 35%, enquanto que temos estados com níveis acima de 50%, com destaque negativo para Amapá, Amazonas e Roraima, este último com 73% de perdas de água potável.
** Obs. para o Estado do Rio de Janeiro:
No caso das perdas de distribuição no Estado do Rio de Janeiroapresentado como o Estado com menor nível nesse indicadoré importante destacar que a Cedae/RJ alterou a sua metodologia de avaliação de volumes em 2010, o que teve impacto direto no nível de perdas mensurado até hojeDesde 2010, a Cedae/RJ passou a computar os volumes de atendimento social em favelas como consumo autorizado, o que fez com que o índice de perdas na distribuição fosse reduzido de 51,1% para 31,2% em apenas um ano - 2010 e essa metodologia tem sido mantida até hoje. O Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgoto de 2010 ressalta que a redução decorreu desta alteração metodológica, e não, efetivamente, de ações concretas de redução de perdas.
Tabela 7: Perdas na Distribuição nos Estados (IPD)
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil
Tabela 8Perdas de Faturamento nos Estados (IPF e IPFT)
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata BrasilNota: (1) Rótulos que aparecem no gráfico correspondem ao IPFT. (2) O IPFT considera os volumes de serviços como água não faturada.
Situação de perdas nas 100 maiores cidades por população
Para estratificar as perdas de água potável nos maiores municípios brasileiros, o estudo abordou as 100 maiores cidades que representam 40% da população do país.
O nível de perdas dessas cidades é um pouco menor que a média nacional nos três indicadores analisados: Índice de Perdas de Faturamento Total, Índice de Perdas no Faturamento e Índice de Perdas de Distribuição.
TABELA 9: perdas nas 100 maiores cidades x brasil
Fonte: SNIS. Elaboração: GO Associados/Instituto Trata Brasil
Para o indicador de perdas na distribuição, o indicador médio é de 34,40%, inferior à média nacional (SNIS 2018) que foi de 38,45%. O município com maior perda na distribuição foi Porto Velho - RO (77,68%). Dos 100 municípios considerados, apenas três possuem níveis de perdas na distribuição menores que 15% (valores considerados como ótimos). Os dados mostram ainda que 77% destas cidades tem perdas na distribuição superiores a 30%.
O indicador médio de Perda de Faturamento Total na amostra foi de 37,60%. Tal valor é inferior à média nacional divulgada no SNIS 2018, que foi de 39,02%. O município com maior perda de faturamento foi Boa Vista - RR (73,32%). Dos cem municípios considerados, apenas 13 possuem níveis de perdas de faturamento iguais ou menores que 15%. Os dados mostram que mais de 50% da amostra tem perdas de faturamento superior a 30%.
Mais informações sobre as perdas nas 100 maiores cidades podem ser encontradas no Ranking do Saneamento publicado pelo Instituto Trata Brasil e GO Associados em março de 2020, no link http://tratabrasil.org.br/estudos/estudos-itb/itb/ranking-do-saneamento-2020
COMBATE ÀS PERDAS NO NOVO MARCO REGULATÓRIO
Desde 2014, alguns Projetos de Lei e Medidas Provisórias (MP) tramitaram na Câmara com objetivo de aprimorar o Marco Legal do Saneamento Básico criado em 2007, Lei 11.445/2007. Após algumas MPs que não conseguiram ser votadas, Projeto de Lei 4.162/2019 foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro de 2019 e atualmente está em análise no Senado. Este Projeto, além de melhorar a segurança jurídica para garantir mais investimentos no setor, também se destaca por adicionar normas de eficiência que não estavam presentes no atual Marco Legal.
No que se refere às Perdas de Água, as principais modificações no Marco Legal são:
• Foi adicionado ao Artigo 2º, que trata dos princípios fundamentais serviços públicos de saneamento básico, o tópico de redução e controle das perdas de água como um dos princípios do serviço de saneamento.
• Criou-se o Artigo 10-A que expressa cláusulas essenciais, que deverão estar presentes em cada Contrato, determinando que esses devem conter metas de redução de perdas na distribuição de água tratada.
• Adicionou-se que é condição para a validade dos contratos a inclusão de metas de redução progressiva e controle de perdas na distribuição de água tratada.
• Devem existir metas quantitativas de redução de perdas nos contratos, todavia, não se especifica um número adequado para este quesito. O cumprimento dessas metas deverá ser verificado anualmente pela agência reguladora e, em caso do não atingimento das metas, deverá ser iniciado procedimento administrativo pela agência com o objetivo de avaliar as ações a serem adotadas, incluídas medidas sancionatórias, com eventual declaração de caducidade da concessão.
• Adiciona que, como aspectos essenciais das funções das entidades reguladoras, observadas as diretrizes determinadas pela ANA, inclui-se a criação de diretrizes para redução progressiva e controle das perdas de água.
• Inclui como diretriz a ser observadas pela União a redução progressiva e controle das perdas de água.
ANEXOS
Conceito de Perdas físicas e perdas aparentes
É importante compreender que as perdas de água potável ocorrem de maneiras diversas, sendo as mais comuns os vazamentos, roubos/furtos de água e erros de leitura ou leituras imprecisas devido aos hidrômetros serem muito antigos. As perdas são distribuídas entre físicas e aparentes, conforme a tabela abaixo mostra:
Diferenças entre Perdas de Faturamento (IPF) e Perdas de Faturamento Total (IPFT)
Como nos estudos anteriores, o novo relatório do Instituto Trata Brasil traz a diferença entre os dois indicadores de perdas financeiras - IPF e IPFT. O IPF avalia, em termos percentuais o nível da água não faturada (sem o volume de serviço) e apresenta uma visão sobre o que a empresa está produzindo e não consegue faturar. O IPFT avalia, em termos percentuais, o nível da água não faturada do sistema de abastecimento, além de fornecer uma visão geral da situação das perdas do sistema levando em consideração o volume de serviços; e apresenta uma visão sobre o que a empresa está produzindo e não consegue faturar.
Quadro 1 - Definição de Perdas de Água
*Considera-se perdido apenas o volume excedente ao necessário para a operação.
Fonte: GO Associados/Trata Brasil
INSTITUTO TRATA BRASIL
O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país. Atua desde 2007 trabalhando para que o cidadão seja informado e reivindique a universalização do serviço mais básico, essencial para qualquer nação: o saneamento básico. Nosso trabalho é de conscientizar a sociedade para termos um Brasil mais justo, com todos tendo acesso à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos. Somos um país ainda muito desigual nessa infraestrutura, sobretudo nas regiões mais pobres.
A Water.org é uma organização internacional sem fins lucrativos que transformou positivamente a vida de mais de 29 milhões de pessoas em todo o mundo, com acesso a água potável e saneamento. Fundada por Gary White e Matt Damon, a Water.org é pioneira em soluções financeiras orientadas pelo mercado para combater a crise mundial da água. Water.org facilita o financiamento acessível para que comunidades de baixa renda possam ter acesso a serviços de água e saneamento; e apoia os provedores de serviços de água e saneamento para que estes ampliem e melhorem os serviços prestados para clientes de baixa renda. Por mais de 25 anos, fornecemos esperança às mulheres, saúde as crianças e um futuro para as famílias. Saiba mais em http://water.org.
CONTATOS PARA AGENDAMENTO DE ENTREVISTAS:
Rubens Filho - Coordenador de Comunicação do Instituto Trata Brasil
Gabriela Oliveira - Analista de Comunicação e Projetos do Instituto Trata Brasil
(11) 96291-5609 - imprensa@tratabrasil.org.br